Eu posso dizer que sou uma pessoa vivida. Estou aqui com meus 40 anos de idade e posso afirmar: o mundo mudou, e muito. Eu sou do tempo em que não havia problema em aparecer na televisão uma criança fingindo fumar para fazer uma propaganda de cigarros de chocolate, não de parafina. Se você é dos anos noventa, sabe bem do que estou falando.
Com o tempo, vimos as regras mudarem e determinados comerciais serem proibidos. Mas, ao mesmo tempo, estamos vendo o proibido ser permitido. Se você não entendeu, vou ser mais claro: na minha época, jogos de apostas eram proibidos, e hoje estamos vendo a invasão dos “bets” e dos tigrinhos.
Sim, hoje é comum influenciadores e canais de TV divulgarem as casas de aposta. E não para por aí: está tão escrachado que há influenciadores lançando suas próprias “bets”. E, de acordo com uma newsletter que assino, está chegando a vez das TVs abertas lançarem suas próprias “bets”.
De acordo com a newsletter, a Globo vai aproveitar para expandir o Cartola FC e oferecer apostas para as partidas esportivas; o SBT deve usar uma das empresas que já estão no portfólio de Silvio Santos, criando a Baú Bet ou a Tele Sena Bet; e a Band busca parcerias com empresas que já existem, incluindo as que já operam fora do país.
Mas talvez você se pergunte: o que isso tem de mais? Vamos lá, todos os tipos de aposta são viciantes, seja jogar na Mega-Sena ou fazer uma fezinha em algum animal. E as “bets” já são um gosto popular na vida dos brasileiros. Por mais que eu não goste de apostas, temos que falar dos milhões que são movimentados, que já chegaram a R$ 150 bilhões todos os anos por aqui, representando 1% do PIB nacional.
Sendo assim, eu falo: isso tem vários problemas para nossa economia e para as pessoas que muitas vezes se iludem, achando que podem ficar milionárias com uma fezinha. Em relação à economia, podemos dizer que, como a maioria das casas de aposta são registradas fora do país, o dinheiro que elas ganham não chega aos cofres públicos. O faturamento dos sites no ano passado passou dos R$ 50 bilhões, R$ 4 bilhões a mais do que o país fez com as exportações de carne bovina.
Talvez você curta fazer uma aposta em seu time do coração e não ache errado a existência desses sites. Mas sejamos empáticos: quantas famílias são impactadas negativamente com essas novas loterias? Muito do dinheiro mencionado é de pessoas que não conseguem controlar seu vício e acabam perdendo tudo o que têm e o que não têm.
Em minha família, tive pessoas com vícios e posso falar com propriedade: a sua fezinha não afeta apenas você. Sei que o que escrevo pode não afetar nenhuma das “bets”, mas se de alguma forma fiz você pensar sobre isso, acho que atingi meu objetivo. Cada um sabe o que faz da vida. Eu estou fazendo minha parte para ter um mundo melhor para meus filhos. E você, o que está fazendo para garantir o futuro do seu?
Entenda, este não é um texto sobre a legalidade das apostas, mas sobre como você está transformando sua vida financeira ao apostar em uma verdadeira loteria, onde apenas a casa ganha. Existem muitas formas de enriquecimento genuíno e digno que não afetam negativamente outras famílias. Precisamos refletir sobre onde queremos chegar e se o que teremos no futuro será sustentável. Não podemos pensar apenas no agora, pois o amanhã pode chegar mais rápido do que imaginamos.
📚 Livros que podem mudar sua vida financeira e custa mesnos que uma fezinha
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